Examine-se o homem a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice, pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. Mas, se examinássemos a nós mesmos, não receberíamos juízo.
Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo."
Jesus disse "Conhecereis a verdade e ela vos libertará" (Jo 8:32) e a verdade libertadora do trecho acima é o amor transcendente de Deus diante dos pecados e delitos de Seu povo: o sacrifício de Jesus foi único e expiatório para toda a humanidade, mas principalmente para o Seu povo.
Portanto, diante de nossos erros, o Senhor não nos condena nem faz brotar em nós sentimentos de culpa, pois se Ele o fizesse, seríamos perdoados por mérito nosso e voltaríamos a ficar presos num ciclo vicioso, como aconteceu com o sacrifíco de animais no Antigo Testamento (AT). Mas, para que este ciclo de barganha com Deus fosse quebrado, Jesus veio como o Cordeiro a ser sacrificado por toda a humanidade, fazendo com que fôssemos perdoados através de Seu sacrifício.
Nesta passagem, poderia estar escrito "examine o homem ao seu irmão" ou "examine cada um a si mesmo e quem estiver em pecado grave, não beba para não trazer vergonha ao Corpo" ou ainda, "examine o homem a si mesmo e se estiver em pecado, só beba depois de confessar o quanto é pecador diante da igreja inteira", mas então não seria o Deus de amor inspirando Paulo para instruir a Sua igreja.
Diante da Santa Ceia, Deus poderia impor tantas regas e exigir que fôssemos perfeitos diante dEle, mas sabendo o quanto isso deu errado no Antigo Testamento, Ele nos propõe apenas uma reflexão! Ele quer que reflitamos e reconheçamos a nossa condição de pecadores e o quanto Ele nos ama, perdoa e aceita a cada dia.
Não é por regras, por aparências, por especificações, por santidade, nem por nada disso que ceiamos. É por comunhão, por ser parte de um corpo. E um corpo, come e bebe junto.
A Santa Ceia é para praticarmos a consciência. E aliás, foi isso que Jesus veio pregar: a consciência e não as regras, o amor e não os preceitos.
Precisamos MESMO nos espelhar a cada dia em Jesus. Deixar de lado toda a teoria que não conseguimos nem nós mesmos cumprir para dar espaço ao amor que transcende e eleva.